10 de abril de 2011

Um apelo solitário aos músicos da OSB

Amigos,

Ontem, sábado, dia 9 de abril, como foi amplamente divulgado pela imprensa, os músicos da OSB Jovem abandonaram o palco do Teatro Municipal, onde seria realizado o concerto inicial da série Topázio, deixando junto com o regente no palco “apenas poucos músicos antigos da orquestra”, segundo informou o jornal O Globo.

Na sexta-feira, um músico, dos que foram demitidos pela direção da FOSB por se recusarem a fazer o famigerado “teste de avaliação”, publicou uma nota aqui no Facebook com a “Carta de músicos que fizeram a prova ao presidente da FOSB”. Posteriormente, divulgou-se que alguns, dos que não assinaram a carta por estarem ausentes no momento da assinatura, se manifestaram a favor do seu teor.

Dito isto, observo o seguinte:

1) Uma orquestra, profissional ou jovem, como qualquer grupo em qualquer áreas de trabalho coletivo, é um conjunto que somente funciona se todos atuarem em comunhão (Comunhão, palavra que além do sentido religioso tem o significado de “conjunto daqueles que comungam os mesmos ideais”. E comungar é “ter em comum com alguém; compartilhar, dividir”).

2) Os músicos que fizeram o famigerado “teste de avaliação” e depois assinaram a carta acima citada, juntamente com os que não assinaram por estarem ausentes, e aqueles (presentes ou ausentes) que também fizeram o teste e tomaram a decisão de não assinar a carta, estavam no seu direito.

3) Uns músicos pediram demissão em solidariedade aos colegas demitidos, mesmo alguns, dentre os que fizeram o famigerado “teste de avaliação”. E outros não se demitiram.

Todos estavam no seu direito e tomaram uma decisão.

É um direito de cada um tomar a decisão que quiser, seja ela certa ou errada. E, claro, é também um dever agüentar as conseqüências pela decisão tomada.

4) Uma vez que todos os músicos tomaram uma decisão, ou seja, ações individuais, e o que determinou estas decisões foi uma única causa (que certamente compreende vários fatores e o famigerado “teste de avaliação”), esta é coletiva, isto é, de todos os músicos da OSB. Deste modo, conclui-se que o litígio não é entre os músicos.

Se o litígio não é entre os músicos, é entre quem?

Seria entre esses e aqueles (Plural!) que instituíram o famigerado “teste de avaliação” e suas conseqüências porque tinham poder para isso?

5) Desestabilizar trabalhadores, criando situações de pânico, é uma ação constante e comum daqueles que têm poder para fazê-lo.

Portanto, meu apelo solitário aos músicos da OSB é o seguinte:

Que entre vocês haja comunhão, união em toda e qualquer circunstância, sem contendas; agora e nos dias que se seguirão.

Nada mais a dizer ou fazer.

Meu forte abraço a todos.

Nestor de Hollanda Cavalcanti (músico)

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