30 de março de 2011

Indignação!

Neste momento, de total indignação, lembro-me de meu pai, que passou a vida sendo perseguido, por motivos políticos, profissionais e pessoais, sendo alvo das mais diversas calúnias; principalmente, depois de sua morte, quando não mais podia se defender, e nós, a sua família, nada podíamos fazer, porque vivíamos os anos trágicos da ditadura militar. Era impossível qualquer ação.

Algumas vezes, após sofrer uma injustiça e por ter de ficar momentaneamente impotente para uma reação, ouvi meu pai dizer a seguinte frase: "- Vou permanecer na esquina, esperando ver o "féretro" passar."

Ele não estava se referindo a morte de alguém. Mas, da mudança dos fatos. Os fatos sempre mudavam. E o "féretro" passava.

Hoje, a coisa não é assim. A ditadura caiu; ou melhor, foi "caída". Estamos numa... "democracia"... Em plena... "democracia"...

E cerca de quarenta músicos da OSB foram demitidos por "injusta causa". Junto-me a eles e fico na esquina, esperando...

Por enquanto.

Rio de Janeiro, 30 de março de 2011

Nestor de Hollanda Cavalcanti
Músico (compositor, arranjador e violonista), com a carteira (azul) da Ordem dos Músicos do Brasil, sob o número 14.771, com data do registro de 25.07.1973 e assinada pelo então presidente da entidade, Nelson de Macedo, em 31 de julho de 1973, e a carteira do Sindicato dos Músicos Profissionais do Município do Rio de Janeiro, sob o número 1285, datada de 30.05.79

21 de março de 2011

Teste de músicos em New York City

Certa vez, alguém contou a seguinte história – ou estória que teria acontecido em New York City, também conhecida por Nova Iorque, em meados dos anos 30. Uma big band procurava um trompetista não apenas para compor o seu naipe, mas, um músico que pudesse assumir a função de primeiro trompete, uma senhora responsabilidade numa banda de jazz.

Então, foi colocado um anúncio grande num jornal de enorme circulação na cidade, especificando a necessidade do grupo musical. Talvez porque o antigo titular do posto ser considerado uma fera no instrumento de bocal, pouquíssimos candidatos se atreveram a disputar a vaga. Pouquíssimos é exagero; na verdade, apareceram somente dois valentes a fim de encarar tamanho desafio.

O teste era num famoso teatro na Broadway. E os dois sentaram-se lado a lado na platéia, primeira fila, sem nem ao menos olhar um para o outro.

Foi chamado o primeiro candidato para o teste. Era um rapaz loiro, de olhos azuis, bonito, muito bem vestido, com a elegância daqueles anos. Diante da banca examinadora composta do band leader e outros músicos, o cavalheiro abriu seu estojo forrado de veludo vermelho e tirou um magnífico instrumento, todo dourado, cujo brilho mais se acentuava debaixo da luz do palco. Com modos finíssimos, ele colocou o bocal no instrumento e, altivo, se posicionou para o seu solo. Ao ser autorizado, atacou.

E foi horrível. Ele era péssimo.

A banca o dispensou logo, chamando o candidato seguinte.

Veio um neguinho, mal vestido, com aparência de que não via água no corpo há dias, cheio de ginga – american ginga, claro, mascando chiclete e com um sorriso meio cínico, mostrando a dentadura natural branquíssima. Trazia um objeto estranho, alguma coisa esquisita embrulhada em jornal velho debaixo do braço. Era o trompete. Um instrumento sujo, com vários amassados, cheios de arranhões e que, à primeira vista, ninguém de bom senso acharia que poderia produzir qualquer som. Ainda mais que o neguinho tirou o chiclete da boca e colocou-o sobre um pequeno furo perto de um dos pistões e se pôs a postos, de modo totalmente desengonçado, para o seu solo. Tudo feito com muita ginga – american ginga, claro.

A turma da banca se entreolhou e, totalmente incrédula, não tendo outra alternativa por falta de outros candidatos e diante da extrema necessidade da banda, autorizou o neguinho a mandar ver. E ele mandou ver.

Era pior do que o loiro...

19 de março de 2011

Música brasileira na internet (1)

Se eu fosse procurar na internet as primeiras gravações de som, de vídeo, de som e vídeo que foram realizadas, certamente as encontraria, não é?

De fato, escrevi aquilo acima e encontrei. Mesmo, sem as procurar. O que é incrível! Encontrei, também, curiosidades sobre os pioneiros de som e vídeo. Querem ver? Dêem uma olhada neste vídeo sobre Thomas Alva Edison, o inventor americano e, digamos assim, adaptador de inventos, feito por um menino. O vídeo, não os inventos:


O autor deste trabalho escolar, provavelmente, nunca ouviu falar em Bartolomeu de Gusmão. É culpa dele? Talvez dos pais... Ah, claro, os professores, sem dúvida alguma. Estes, com seus excelentes salários que possibilitam uma vida digna e ótimas condições materiais para estarem sempre estudando; como outros profissionais, por exemplo, os músicos, são completamente negligentes nos seus trabalhos. Como, por exemplo, os músicos...

Hoje, como quem não quer nada – e não quero mesmo! –, procurei gravações de um tal de Heckel Tavares, compositor brasileiro (Satuba, AL, 16 de junho de 1896–Rio de Janeiro, RJ, 8 de agosto de 1969) que o degas aqui, por estar com “meia ponto um”, ou seja, um velho, chegou a conhecer. Falta do que fazer, coisa de velho. Se estivesse tocando em uma orquestra, seria demitido por “justa causa”, com inteira razão. Ainda bem que não sou músico de orquestra. Sou um compositor, muito bem de vida, vivendo de direitos autorais...

Mas, para não perder o fio da meada que já anda meio solto, coisa de compositor velho e milionário, volto ao bom Heckel Tavares e declaro que achei algumas de suas obras; claro, a internet tem tudo. Uma quantidade impressionante de trabalhos: uma dúzia de sete ou oito.

Achar gravações com músicas de compositores brasileiros que não sejam recitais universitários ou escolares, com sons e imagens péssimos, apesar de ser feitas recentemente, pois, com todos os incríveis recursos disponíveis, lamentavelmente são realizadas com celulares, no meio de conversas, tosses e outros barulhos impublicáveis (Assim mesmo, essas gravações são poucas e limitadas a algumas obras e pouquíssimos autores) é um trabalho de “arqueologia”. Às vezes, não resta outra opção senão “postar” as tais gravações, porque são as únicas que existem e, por isso, se tornam documentos valiosíssimos. Lamentável.

Gostaria de fazer uma sugestão para os músicos (compositores, instrumentistas, cantores, regentes) que se preocupam em documentar seu trabalho e, é claro, têm condições para isso. Utilizem o melhor equipamento possível; não meçam esforços. A música brasileira agradece; a cultura brasileira agradece.

Mas, não é nada, não é nada. É apenas mais uma das “tragédias” que vive a arte no país. Vejam o drama dos músicos da OSB no Rio de Janeiro, dos funcionários da TV Cultura em São Paulo, etc. Como costuma dizer um famoso âncora de noticiário televisivo: “É uma vergonha!”

Sim, é uma vergonha. O velho Marx, o Karl não o Groucho, disse muita besteira, como eu e você. Mas, em umas coisas ele acertou na mosca, não como a pistoleira americana, pistoleira mesmo, Annie Oakley, um caso à parte, mas acertou:


Disse o Karl, na Crítica ao Programa de Gotha, Marx, inspirado no Evangelho segundo Mateus, capítulo 25, versículo 15 (“a cada um segundo a sua própria capacidade”) e no Livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2, versículo 45 (“Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.”), escreveu: “De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”.

E mais: “Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo”. (Teses sobre Feuerbach).

Portanto, chega de besteira. Já disse muita (Você, sabiamente, ficou em silêncio). Assim, de acordo com as nossas capacidades e para as nossas necessidades, apenas uma palavra: ação. É isso aí.

18 de março de 2011

A imagem da injustiça


Todos os dias vejo imagens que me chocam e comovem. Esta, utilizada como foto de perfil por inúmeros músicos no Facebook, é, certamente uma delas. Não a estou comparando enchentes, terremotos, ameaças nucleares, mortes em massa, não. Refiro-me, à imagem. Quanto ao fato que a criou, a demissão injusta de músicos de uma orquestra, guardando as devidas proporções, este há de gerar, inevitavelmente, carência das necessidades básicas, semelhantes às desgraças acima mencionadas. E, nesses dias de tantas tragédias que se seguem numa seqüência interminável, me sinto completamente impotente, como muitos e muitos - assim creio eu. E quero dizer que, como muitos e muitos - assim creio eu, tenho fome, fome e sede de justiça. Fiat justitia et pereat mundus.


Nota
"Fiat justitia et pereat mundus (Faça-se justiça e pereça o mundo). Era sentença predileta do Imperador Fernando I, que foi rei da Hungria, e que se assentou no trono imperial entre 1556 e 1564. Fiat justitia ne pereat mundus (Faça-se justiça para que o mundo não pereça) seria a sentença correta, segundo alguns. [Arthur Vieira de Rezende e Silva: Phrases e Curiosidades Latinas. Edição (?), Rio de Janeiro, 1956]"

Ninguém é obrigado a gostar das músicas que escrevo

Ninguém é obrigado a gostar das músicas que escrevo. E, se por acaso, por insanidade minha, a obra for dedicada a alguém que não vai com a minha cara (um direito pelo qual lutarei a favor e não contra), o “homenageado” não é obrigado a tocá-la. Nem por, digamos assim, gratidão. Não gostou não toque. Peço somente que esses meus amigos não me venham com desculpas esfarrapadas. Se quiserem baixar o cacete em mim, fiquem à vontade. Estou acostumado. Desde os 13 anos, quando entrei nesta vida de loucuras, que levo pancada de todo lado. Mas, se tem uma coisa que detesto é invencionice, também chamada de mentira.

Teria muitas histórias para contar sobre isso. Vou recordar umazinha para encerrar o assunto.

Certa vez, já foi nesta ditadura útil – mais ou menos – do email e outros bichos, enviei para um violinista de uma orquestra estrangeira, famosíssima, uma peça minha para violino e piano. Ele demorou pouco e respondeu por email, dizendo que a peça continha diversas falhas: “no compasso tal, esta passagem não é possível de ser realizada, porque...”, “no compasso tal e qual, este efeito não funciona...”. E foi por aí a fora, apresentando mil erros meus de composição e instrumentação.

Respondi apenas: “Fulano de Tal, violinista de tal nacionalidade, estreou a peça e a tem tocado constantemente.”

E ele voltou com a seguinte desculpa: “Olhando melhor, vejo que me excedi um pouco nos meus comentários. A peça pode ser tocada...” etc., etc.. e, para variar, etc.

Nestes tempos absurdos da tentativa assassina de se implantar “testes de avaliação” nas orquestras, é preciso lembrar que de todos os músicos, é o compositor (Sim, porque o compositor é um músico!), o que mais tem sido avaliado – pela crítica, músicos instrumentistas, regentes e colegas compositores – em toda a História da Música. Não reclamo, aceito e concordo. Escolhi este caminho e neste caminho permanecerei. Escrevi e está escrito.

Rio de Janeiro, 12 de março de 2011

Nestor de Hollanda Cavalcanti

16 de março de 2011

O Brasil não tem músicos

O Brasil não tem músicos. Não nascem músicos bons no Brasil. Esta terra não dá compositores (e arranjadores), instrumentistas, cantores, regentes. A verdade é que no Brasil não nascem artistas bons. Nada de bons bailarinos (e dançarinos), coreógrafos, escritores (literatura, poesia, teatro, roteiristas etc.), atores, diretores, artistas plásticos, cineastas. Esta terra não tem jeito, não. É tudo porcaria. Gente desqualificada, sem capacidade, que insiste em fazer - ha, ha, ha... - arte. Arte? Arte é para os europeus, para os “do norte”, para os asiáticos. Alguém duvida? Vejam este exemplo: o violoncelista franco chinês americano Yo-Yo Ma. Espetacular! Iberê Gomes Grosso? Antonio o quê?! Nunca ouvi falar! Artistas espetaculares como Yo-Yo Ma tinham de vir ao Brasil para formar (Se isto for possível...) alguns violoncelistas, músicos de estante, para melhorar os nossos pobres conjuntos orquestrais. Se não puderem dar aulas, pelo menos que eles façam uns testes de avaliação nas nossas, com licença da má palavra, orquestras.

O Brasil não tem músicos, não tem regentes. Será que regentes como Kurt Masur, apesar da idade, não poderiam vir para cá, dar aulas e formar alguns “metrônomos sofisticados” e, se não for possível, poderiam fazer uns testes de avaliação nos “da batuta” das nossas, com licença da má palavra, orquestras?

E os diretores de extraordinárias organizações com a Berliner Philharmoniker não poderiam vir para cá dar aulas e formar alguns diretores e, se não for possível, poderiam fazer uns testes de avaliação no “diretores” das nossas, com licença da má palavra, orquestras?

Por que ficar somente na música? Artistas, artistas verdadeiros, europeus, “do norte”, asiáticos, que fossem bailarinos (e dançarinos), coreógrafos, escritores (literatura, poesia, teatro, roteiristas etc.), atores, diretores, artistas plásticos, cineastas não poderiam vir para cá, dar aulas e formar alguns “artistas”?

E, se não for possível, poderiam fazer uns testes de avaliação nos “artistas” abaixo dos “norte”?

E, já que estariam aqui, poderiam aproveitar a oportunidade e fazerem uns testes de avaliação no... Brasil!

14 de março de 2011

Tragédia

Autoridades japonesas estimam em cerca de 10.000 mortos as vítimas da tragédia no país. A imprensa internacional diz que poderia ser muito maior a extensão da catástrofe se o Japão não tivesse a estrutura e a organização que atualmente tem.
Algumas das desgraças que sofre a humanidade costumam serem analisadas assim: pelo número de mortos. Dez mil mortos é um número grande, uma tragédia. Mas, cem mil é um número dez vezes maior, então, cem mil mortos é uma tragédia dez vezes maior. Seria um sofisma este tipo de raciocínio?

Uma família que perde um ente querido, num acidente qualquer, sofre uma tragédia? Não, segundo a conceituação geral. Uma pessoa tem de perder toda a família para sofrer uma tragédia.

O Dicionário Aurélio dá, como uma das definições para tragédia, o seguinte: “Acontecimento que desperta lástima ou horror; ocorrência funesta; sinistro.” Deste modo, se uma família que perde um ente querido, num acidente qualquer, sofre uma tragédia, sim. E se fossem dois entes queridos? Uma tragédia. E toda a família?
Tragédia, sempre tragédia. Caso, em virtude do terremoto no Japão, houvesse “apenas” uma morte, certamente não seria uma tragédia para o país, para as autoridades japonesas, para a imprensa internacional. Mas, seria uma tragédia para os seus amigos e familiares.

A chave para a resposta a esta questão sobre “tragédia” não está na quantidade de mortos, um ou cem mil. Está na expressão: ente querido.

Em compasso de espera

Em uma antiga emissora de televisão – numa época em que os bichos falavam e assistia-se programas de TV com música ao vivo em emissoras que possuíam orquestras completas e diversos conjuntos instrumentais fixos, um diretor de finanças de uma dessas emissoras observava, com visível irritação, um ensaio da orquestra. Será que ele não gostava de música? Talvez até gostasse. Porém, o que ele estava vendo, com indignação, era o fato de um dos músicos permanecer a maior parte do tempo parado, enquanto que os outros tocavam seus instrumentos. O mui observado era o cara do flautim.

Após vários minutos de intensa reflexão com “sentimento de cólera despertado por ação indigna”, como define o Aurélio, ele expõe sua aversão a outro diretor, este responsável pelas relações públicas, que estava a seu lado por dever do ofício:

– O que é que aquele sujeito está fazendo na orquestra, se ele passa a maior parte do tempo parado? Está ganhando sem trabalhar! Quando acabar o ensaio, vou chamá-lo, adverti-lo e, se for o caso, demiti-lo. Precisamos economizar os gastos.

Seu colega de diretoria, das relações ditas públicas da televisão perdulária, tenta explicar a terrível cena que atormenta o das finanças:

– Mas ele está trabalhando; a sua parte tem pausas. Você queria que o flautinista tocasse o tempo todo?

A quem interessar possa, explico que parte é uma espécie de guia impresso ou manuscrito, em forma de um caderno ou folhas soltas, contendo uma parte da partitura de uma obra musical, que fica na frente dos músicos enquanto tocam. Então, quando for o caso, há a parte do flautim, a parte da flauta, do violino etc. Enfim, são umas folhas de papel cheias de bolinhas e risquinhos que tanto intrigam os leigos, com exceção, claro, de alguns diretores de finanças...

E, antes que alguém pergunte, partitura é uma espécie de guia impresso ou manuscrito, em forma de um caderno ou folhas soltas, contendo a obra musical inteira, que fica na frente do regente, também chamado de maestro. Este músico fica de pé, parecendo espantar moscas e mosquitos, mas está regendo a orquestra, composta de músicos sentados ou em pé, que tocam ou dormem, roncando no ritmo, aguardando sua deixa.

Explicação meio complicada; mas não há outra...

Pois é. Voltando, então. Para aqueles que, num lugar apropriado para este exemplo (um lugar que tenha um palco com músicos em cima em plena atividade), observam, como fez o econômico diretor (leia-se “mão de vaca” diretor), um músico ocioso (o cara do flautim, por exemplo, objeto de tanta ira), enquanto que seus colegas de profissão se matam de trabalhar, explico: não significa que o rapaz seja um tremendo de um preguiçoso, não. Ele aguarda o momento de sua entrada; o momento de começar ou voltar a tocar.

E nesses momentos, embora esteja esperando a sua deixa, um sinal para voltar a tocar, qualquer músico fica meio que à toa; principalmente, se a espera for longa.

Vejam só isto. Conheci um senhor, muito distinto, que, enquanto esperava, dormia profundamente o sono dos infantes. E até roncava; um ronco no ritmo! Mas, nunca perdia sua deixa. Diferentemente deste personagem, o resto dos mortais em música fica pensando, refletindo, preocupando-se.

Quando acontece este momento de filosofia antedeixa, saibam todos que este que vos fala, digo, escreve, é um músico em compasso de espera. Passem por aqui, a gente bate um papo.
Flautim montado e no estojo
[Em tempo: O flautim é um instrumento de sopro, da família das flautas. É o mais agudo dos instrumentos de uma orquestra ou banda. É de difícil execução, exige bastante do músico.]