Era no antigo Cassino da Urca |
Naqueles dias, os canais disponíveis eram dois: Tupi e Rio; 6 e 13. O cardápio de ofertas logo se ampliou com a vinda da Continental, canal 9; Excelsior, canal 2; Globo, canal 4.
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TV-Rio (antigo Cassino Atlântico) |
Quanto à Globo, permaneceu no canal 4.
A TV, sempre a TV. A TV e seus noticiários.
Meu pai era jornalista. Lia jornais, escutava noticiários de rádio – Repórter Esso e outros – e com a chegada da TV, assistia todos tele-noticiários. Assim, embora eu não seja jornalista e mal saiba escrever – nem sei por que estou escrevendo este texto – minha educação familiar acabou por incluí-los nos meus hábitos diários.
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O teatro ficava em Ipanema |
Os noticiários têm mostrado, no meio de suas maravilhas, algumas das cenas, mais que freqüentes – todas dignas, claro –, das reuniões de um dos três poderes federais; o mais popular pela quantidade de vezes que, talvez devido às suas ações um pouco – como direi? – instigantes, é constantemente envolvido por manifestações diversas onde as palavras de ordem “fora fulano!” se reproduzem incessantemente. Essas reuniões, que não se sabe o porquê são estranhamente abertas ao público, vêm se tornando um dos melhores shows da televisão brasileira de todos os tempos. E olhem que tenho idade para julgar...
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Os estúdios ficavam em Laranjeiras. |
Da parte daqueles que estavam em pé, que pareciam – apenas pareciam – mais exaltados do que os acomodados em seus assentos, surgiu uma personagem exaltadíssima, que logo se tornou protagonista da cena, quando o pessoal da turma do “somos fortes e estamos à serviço da grande força” entrou em cena de forma nem tão coadjuvante assim, dando a esperada deixa para a fala da personagem aspirante. E esta não se fez de rogada e mandou ver, aos berros:
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Segue a cena – ainda não era o momento do fim, com mais gritos, empurrões e uns tabefes de leve, até que do meio daqueles que estavam sentados, outra personagem, também protagonista, numa cena cheia de personagens protagonistas em busca do autor (Cadê ele?!), aparece com a outra fala, sua fala, sem estabelecer necessariamente um diálogo, mas com a coerência necessária de alguma coisa próxima a um diálogo, onde pude continuar minha apreciação mais que masoquista – se é possível isso:
– “É preciso tomar medidas ÁUSTERAS!” (sic).
Pois é...
Mudei de canal de imediato. Está na hora de outro noticiário...
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Cardápio atual da TV chamada de aberta |
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