4 de julho de 2011

O último imperador

"Morre Otto von Habsburgo, filho do último imperador austro-húngaro"

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/07/04/morre-otto-von-habsburgo-filho-do-ultimo-imperador-austro-hungaro-924824584.asp

Ao ler esta notícia no Globo on line que, por lamentável esquecimento não mencionou o nome deste último imperador, lembrei-me de uma interessante historinha que li há tempos, onde o protagonista é justamente o ilustre esquecido da notícia acima, e que compartilho com os amigos. Lá vai.

"A Casa dos Habsburgos dominou o império Austro-Húngaro desde o ano de 1273, e a família foi um dos principais poderes políticos da Europa até a 1ª Guerra Mundial (1914–1918). O funeral do imperador Franz-Josef I da Áustria aconteceu em novembro de 1916. Foi, talvez, o último dos grandiosos funerais imperiais a ser realizado na Europa.


Os Habsburgos estão sepultados na sepultura da família, localizada no porão do mosteiro dos capuchinhos em Viena. No dia do funeral, toda a corte reuniu-se com vestes totalmente brancas, tendo os chapéus cobertos com plumas de avestruz. Uma banda militar executou melancólicos hinos fúnebres e uma obra (uma antífona) do compositor austríaco Franz Haydn. O cortejo abriu caminho, indo por escadas iluminadas com tochas flamejantes, carregando o caixão coberto com as cores imperiais, preto e dourado. Finalmente, alcançou as grandes portas de ferro da cripta, atrás das quais estava o Cardeal-Arcebispo de Viena juntamente com o seu séquito de altos oficiais da igreja.

O oficial encarregado da procissão era o Mestre de Cerimônias da corte. Ao chegar à porta cerrada e bater nela com o cabo da espada cerimonial, ele estava seguindo uma cerimônia prescrita desde tempos muito antigos.

– Abram! – ordenou ele.

– Quem vem lá? – entoou o Cardeal.

– Trazemos os restos de sua majestade imperial e apostólica, Franz-Josef I, pela graça de Deus imperador da Áustria, rei da Hungria, defensor da fé, príncipe da Boêmia-Moravia, Grão-Duque da Lombardia, Veneza, Estíria... – e assim por diante, desfiando os trinta e sete títulos do imperador.

– Não o conhecemos – respondeu o Cardeal, do outro lado da porta.

– Quem vem lá? – perguntou novamente o Cardeal.

– Trazemos os restos de sua majestade, Franz-Josef I, imperador da Áustria, rei da Hungria – falou o Mestre de Cerimônias, sendo que esta forma bastante abreviada de se apresentar o imperador só era permitida nas mais difíceis emergências.

– Não o conhecemos – foi novamente a resposta do Cardeal e torna a perguntar:

– Quem vem lá?

– Trazemos o corpo de Franz-Josef, nosso irmão, pecador como todos nós!

Com isso, as maciças portas abriram-se vagarosamente, e Franz-Josef foi levado para dentro."

(O texto acima foi extraído do livro: O Poder Curador da Graça, de David A. Seamands)

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