Não, queridos. Minha timidez crônica aperfeiçoou-se com o tempo. Envelheceu, mas não perdeu o entusiasmo. Se virem num palco um cara tipo focinho igual ao meu, tocando um instrumento musical numa boa, regendo instrumentistas ou cantores como se soubesse o que faz, um aviso: prendam-no sem conversar. Não é o Nestor; é uma rima pobre, um impostor!
Compositor também fica em compasso de espera. Às vezes, no meio da criação, quando passa dias preso num compasso; outras, no período entressafra, onde me encontro atualmente.
Assim, enquanto não vem a deixa, fico a meditar sobre coisa alguma pra nada.
![]() |
Bonsucesso x São Cristóvão |
Coisa nenhuma.
É como disse o técnico deles: jogam como os brasileiros jogavam nos tempos heróicos da CBD, antes da criação da..., com licença, amigos,... CBF. E acrescento: em um ou dois toques, com jeito de futebol de salão (também comentário de meu amigo), chamado imbecilmente hoje de “futsal”, que como o futebol de areia, jogado na praia e chamado também imbecilmente de “beach soccer”, ambos criados aqui nestas terras; com um cara que pensa no meio-de-campo, chamado Xavi, segredo dos times brasileiros de outras eras (Didi, Gerson e outros poucos, grandes distribuidores de bolas redondinhas, enxergando o jogo todo e, com total autoridade, verdadeiros técnicos dentro do campo.), detalhe sem importância, que foi convenientemente excluído nos times do lado de cá do Atlântico, a partir do momento que, misteriosamente, se decidiu (Sabe-se lá quem decidiu! E o porquê...) não mais ter o cara de meio-de-campo, que vê e pensa; pois, jogador de futebol só deve jogar...
Criou-se ainda uma espécie de competição para se saber quem é o melhor entre o Messi e o Neymar. Tipo de competição igualmente imbecil, que se repete há anos (A ou B? C ou D? E por aí a fora!) Os “criadores” de tal disputa esquecem o fato de que o Messi se dá muito bem no “Bonsuça” espanhol, porém, não repete suas façanhas quando se trata da seleção de sua pátria natal, a Argentina.
Por quê?!
Porque nossos hermanos não têm um Xavi na seleção, vendo o jogo, pensando e mandando no campo. Na verdade, até têm. Mas, não o convocam. E ele esteve por aqui: o Conca.
O canhoto Messi é bom de bola, faz com a perna esquerda o que muitos não fazem nem usando as mãos.
O garoto Neymar é muito bom. Mas, tem que crescer. Amadurecer. É semelhante ao argentino, precisa de ser servido, receber a bola redondinha e ter gente para passar. Aí é que está o problema. Ele recebe. Tem o Ganso. Mas, na hora de passar...
E tome de tentar ir sozinho driblando marcadores, juiz, o escambau. Sozinho fica difícil. Às vezes o adversário descuida e ele vai. Como o argentino. Mas é às vezes. Se era assim com o Rei do futebol que foi inúmeras vezes (sou testemunha de várias), quanto mais com os outros, meros mortais...
O Ganso, por outro lado, tem jeito pra coisa. Vê o jogo, pensa, é habilidoso. Mas (Tem sempre esse “mas”...), há uma lei, lei não escrita, criada sabe-se lá por quem, que afirma, categoricamente: jogador de futebol não precisa pensar, tem o técnico para pensar por ele...
E o garoto, vocação nata de meio-de-campo, deu azar. Nasceu em época errada. Anda meio cabisbaixo, joga triste, falta brilho nos olhos, como observou meu amigo. Entende-se. Não pode fazer o que sabe. Se bobear nem sabe o que sabe, pois não tem referências. Não viu jogarem Didi, Gerson, Dirceu Lopes, Ademir da Guia e tantos outros.
Ele não está só. Precisa saber disso. Lá fora tem o Xavi, o Conca. Aqui, o Deco, o... (deve ter mais alguém...)...
Quem sabe um dia os times brasileiros voltem a jogar do jeito brasileiro.
O técnico do “Bonsuça” espanhol espera que... não!
E nós?
Não entendo nada de futebol. Escrevi, escrevi e a deixa não veio. Acabei falando de coisas que não são da minha área, a música. E esta já ocupa por demais o meu tempo, graças ao bom Deus!
Abre parêntese.
Assisti vários Bonsucesso e São Cristóvão em outros tempos. Eram melhores do que esse “Bonsucesso e São Cristóvão” em Tókio, no domingo. Acreditem. Jogavam do jeito brasileiro...
Fecha parêntese.
Nota: Aos torcedores do dois tradicionais clube do Rio de Janeiro, presto minhas homenagens através dos seus hinos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário